quarta-feira, 30 de junho de 2010

30.06.10

"Um velho pedreiro que construía casas estava pronto para se aposentar. Ele informou o chefe, do seu desejo de se aposentar e passar mais tempo com sua família. Ele ainda disse que sentiria falta do salário, mas realmente queria se aposentar.

A empresa não seria muito afetada pela saída do pedreiro mas o chefe estava triste em ver um bom funcionário partindo e ele pediu ao pedreiro para trabalhar em mais um projeto como um favor. O pedreiro não gostou mas acabou concordando. Foi fácil ver que ele não estava entusiasmado com a idéia. Assim ele prosseguiu fazendo um trabalho de segunda qualidade e usando materiais inadequados.

Foi uma maneira negativa dele terminar a carreira. Quando o pedreiro acabou, o chefe veio fazer a inspeção da casa construída. Depois deu a chave da casa ao pedreiro e disse:

- "Esta é a sua casa. Ela é o meu presente para você".

O pedreiro ficou muito surpreso. Que pena! Se ele soubesse que estava construindo sua própria casa, teria feito tudo diferente.



O mesmo acontece conosco. Nós construímos nossa vida, um dia de cada vez e muitas vezes fazendo menos que o melhor possível na sua construção. Depois, com surpresa, nós descobrimos que precisamos viver na casa que nós construímos. Se pudéssemos fazer tudo de novo, faríamos tudo diferente. Mas não podemos voltar atrás.

Tu és o pedreiro. Todo dia martelas pregos, ajustas tábuas e constróis paredes. Alguém já disse que: 

- "A vida é um projeto que você mesmo constrói".

Tuas atitudes e escolhas de hoje estão construindo a "casa" em que vai morar amanhã. Portanto a construa com sabedoria! E lembre-se: Trabalhe como se não precisasse do dinheiro. Ame como se nunca tivessem lhe magoado antes. Dance como se ninguém estivesse olhando.

(O velho pedreiro - Autor desconhecido)

sábado, 26 de junho de 2010

26.06.10

Mentira x Omissão

Mentira:

men.ti.ra
sf (lat mentita, com dissimilação) 1 Ato de mentir; afirmação contrária à verdade, engano propositado. 2 Hábito de mentir. 3 Engano da alma, engano dos sentidos, falsa persuasão, juízo falso. 4 Erro, ilusão, vaidade. 5 Fábula, ficção. 6 O mesmo que leuconiquia. Antôn (acepções 1, 3 e 4): verdade; (acepção 5): realidade. M. de rabo e cabeça: grande mentira. M. inocente: dita sem o propósito de prejudicar. M. oficiosa: dita a alguém, sem prejuízo de terceiro, e só para lhe causar prazer ou utilidade.

Omitir:

o.mi.tir
lat omittere) vtd 1 Deixar de fazer ou dizer alguma coisa; não mencionar, deixar no esquecimento, de propósito ou não: “…os inimigos de Pombal omitem sistematicamente D. José” (Afrânio Peixoto). 2 Descuidar, desleixar, negligenciar: Deprimido, omitia até atos de asseio e de higiene.

Por mais que os diversos dicionários pesquisados mostrem diferenças entre Mentira e Omissão, eu continuo a dizer e creio de coração que Omissão é um nome chique que deram para Mentira!
Pense, se você vai omitir, vai omitir algo que alguém não pode saber pois poderia até causar brigas, então você está “omitindo” de caso pensado, então não deixa de ser uma mentira!



Tarde reveladora... Acrescentaria ao texto apenas a observação de que omissão e mentira são características que retratam pessoas covardes. Lamentável.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

11.06.10

- Rearrumando arquivos digitais, eis que encontro um texto que escrevi em março de 2009 e lendo me recordei da experiência vivida e que ele fora  postado em um blog que escrevia antes desse e antes de ter um ataque de piti e excluir a conta... Coisas que não tem explicação. Fiz o que ensinaram certa vez: se tem explicação, ótimo. Se não tem ENGAVETE. O motivo que me fez excluir a outra conta? - malcriação pura eu creio - . Está na gaveta das coisas que não tem explicação (deixei por lá)... -

Casamento

Depois de uma semana mais que louca de tanto trabalho, daquelas semanas que em plena quarta-feira começamos a desejar a chegada da sexta e ter aquela sensação maravilhosa apenas por saber que podemos dormir até mais tarde no dia seguinte. Eu estava assim: Feliz! Pela certeza do dever cumprido ao longo da semana e então resolvi liberar todas as minhas tensões dançando um forrozinho...

Eis que às 07:10h de hoje (SÁBADO) me ligam do trabalho. Eu, com os pés cheios de bolhas pulei da cama, me aprontei rápido e fui atender ao chamado.

PS.: Já era o sono.

Já que é sábado, me lembrei que tem tarefas que passo a semana inteira dizendo que vou executar, mas só me lembro que ainda não as fiz, exatamente no mesmo momento que penso: Merda! Ainda não resolvi isso. E foi isso que senti quando fui tomar banho e lembrei que a torneira do chuveiro estava com problema. Como eu nunca tenho tempo durante a semana e já estava acordada mesmo, resolvi pôr o plano de meses em prática: consertar a torneira do chuveiro.

Lá se vão doze lances de escada, uma boa andada de ida e volta, isso sem falar no olhar questionador do vendedor da loja de materiais de construção, quando cheguei lá com aquele troço na mão e pedi que ele me desse outro novo e uma fita vedante. Tive a nítida impressão que ele deve ter se perguntado, quando viu um anel na minha mão que parece uma aliança: onde será que está o marido dela? E ainda chegou a me perguntar: Foi a "Senhora" mesma quem tirou? E eu, que não conseguia me conter, olhei para ele com aquela cara de paisagem e só consegui dizer "Hum rum". Como se desenroscar um registro da parede fosse mais complexo do que criar filhos.

Ganhei um cartão de visitas, com um nome anotado no verso, seguido da frase: Se a "Senhora" não conseguir, me liga que vou colocar. Voltei para casa indignada, e com uma vontade absurda de trocar logo a torneira e nunca mais ouvir aqueles pingos caindo no chão, nem ter que fechar o registro geral para evitar o desperdício, nem me matar depois do banho para que pingasse o mínimo possível, nem de ser tomada por aquela raiva surreal de só lembrar que precisava comprar outra torneira, quando estava tomando banho...

Ah que sensação maravilhosa trocar a torneira! Só quem já passou pela sensação de impotência de achar que precisa de alguém para trocar, ou quem já foi olhada como eu fui na loja de materiais de construção, entende o que estou sentindo. "PQP" eu fiz! E quem disse que preciso de um marido para trocar a torneira?
O bom da vida está justamente em não precisar de ninguém. A dependência é um fator de desgaste nos relacionamentos.

Definitivamente, na lista de qualidades que espero do meu futuro marido (que eu não estou procurando, quem me conhece sabe), não foi incluída a de saber consertar torneiras.
(Ana Gonçalves - Casamento)

quinta-feira, 10 de junho de 2010

10.06.10

"Não lembro em que momento percebi que viver deveria ser uma permanente reinvenção de nós mesmos — para não morrermos soterrados na poeira da banalidade embora pareça que ainda estamos vivos.
Mas compreendi, num lampejo: então é isso, então é assim. Apesar dos medos, convém não ser demais fútil nem demais acomodada. Algumas vezes é preciso pegar o touro pelos chifres, mergulhar para depois ver o que acontece: porque a vida não tem de ser sorvida como uma taça que se esvazia, mas como o jarro que se renova a cada gole bebido.
Para reinventar-se é preciso pensar: isso aprendi muito cedo.
Apalpar, no nevoeiro de quem somos, algo que pareça uma essência: isso, mais ou menos, sou eu. Isso é o que eu queria ser, acredito ser, quero me tornar ou já fui. Muita inquietação por baixo das águas do cotidiano. Mais cômodo seria ficar com o travesseiro sobre a cabeça e adotar o lema reconfortante: "Parar pra pensar, nem pensar!"
O problema é que quando menos se espera ele chega, o sorrateiro pensamento que nos faz parar. Pode ser no meio do shopping, no trânsito, na frente da tevê ou do computador. Simplesmente escovando os dentes. Ou na hora da droga, do sexo sem afeto, do desafeto, do rancor, da lamúria, da hesitação e da resignação.
Sem ter programado, a gente pára pra pensar.
Pode ser um susto: como espiar de um berçário confortável para um corredor com mil possibilidades. Cada porta, uma escolha. Muitas vão se abrir para um nada ou para algum absurdo. Outras, para um jardim de promessas. Alguma, para a noite além da cerca. Hora de tirar os disfarces, aposentar as máscaras e reavaliar: reavaliar-se.
Pensar pede audácia, pois refletir é transgredir a ordem do superficial que nos pressiona tanto.
Somos demasiado frívolos: buscamos o atordoamento das mil distrações, corremos de um lado a outro achando que somos grandes cumpridores de tarefas. Quando o primeiro dever seria de vez em quando parar e analisar: quem a gente é, o que fazemos com a nossa vida, o tempo, os amores. E com as obrigações também, é claro, pois não temos sempre cinco anos de idade, quando a prioridade absoluta é dormir abraçado no urso de pelúcia e prosseguir, no sono, o sonho que afinal nessa idade ainda é a vida.
Mas pensar não é apenas a ameaça de enfrentar a alma no espelho: é sair para as varandas de si mesmo e olhar em torno, e quem sabe finalmente respirar.
Compreender: somos inquilinos de algo bem maior do que o nosso pequeno segredo individual. É o poderoso ciclo da existência. Nele todos os desastres e toda a beleza têm significado como fases de um processo.
Se nos escondermos num canto escuro abafando nossos questionamentos, não escutaremos o rumor do vento nas árvores do mundo. Nem compreenderemos que o prato das inevitáveis perdas pode pesar menos do que o dos possíveis ganhos.
Os ganhos ou os danos dependem da perspectiva e possibilidades de quem vai tecendo a sua história. O mundo em si não tem sentido sem o nosso olhar que lhe atribui identidade, sem o nosso pensamento que lhe confere alguma ordem.
Viver, como talvez morrer, é recriar-se: a vida não está aí apenas para ser suportada nem vivida, mas elaborada. Eventualmente reprogramada. Conscientemente executada. Muitas vezes, ousada.
Parece fácil: "escrever a respeito das coisas é fácil", já me disseram. Eu sei. Mas não é preciso realizar nada de espetacular, nem desejar nada excepcional. Não é preciso nem mesmo ser brilhante, importante, admirado.
Para viver de verdade, pensando e repensando a existência, para que ela valha a pena, é preciso ser amado; e amar; e amar-se. Ter esperança; qualquer esperança.
Questionar o que nos é imposto, sem rebeldias insensatas mas sem demasiada sensatez. Saborear o bom, mas aqui e ali enfrentar o ruim. Suportar sem se submeter, aceitar sem se humilhar, entregar-se sem renunciar a si mesmo e à possível dignidade.

Sonhar, porque se desistimos disso apaga-se a última claridade e nada mais valerá a pena. Escapar, na liberdade do pensamento, desse espírito de manada que trabalha obstinadamente para nos enquadrar, seja lá no que for.
E que o mínimo que a gente faça seja, a cada momento, o melhor que afinal se conseguiu fazer."

(Lya Luft - Pensar é transgredir)