terça-feira, 29 de dezembro de 2009

29.12.09

Acho a maior graça. Tomate previne isso,cebola previne aquilo, chocolate faz bem, chocolate faz mal, um cálice diário de vinho não tem problema, qualquer gole de álcool é nocivo, tome água em abundância, mas não exagere...
Diante desta profusão de descobertas, acho mais seguro não mudar de hábitos.
Sei direitinho o que faz bem e o que faz mal pra minha saúde.
Prazer faz muito bem.
Dormir me deixa 0 km.
Ler um bom livro faz-me sentir novo em folha.
Viajar me deixa tenso antes de embarcar, mas depois rejuvenesço uns cinco anos.
Viagens aéreas não me incham as pernas; incham-me o cérebro, volto cheio de idéias.
Brigar me provoca arritmia cardíaca.
Ver pessoas tendo acessos de estupidez me embrulha o estômago.
Testemunhar gente jogando lata de cerveja pela janela do carro me faz perder toda a fé no ser humano.
E telejornais... os médicos deveriam proibir - como doem!
Caminhar faz bem, dançar faz bem, ficar em silêncio quando uma discussão está pegando fogo,
faz muito bem! Você exercita o autocontrole e ainda acorda no outro dia sem se sentir arrependido de nada.
Acordar de manhã arrependido do que disse ou do que fez ontem à noite é prejudicial à saúde!
E passar o resto do dia sem coragem para pedir desculpas, pior ainda!
Não pedir perdão pelas nossas mancadas dá câncer, não há tomate ou mussarela que previna.
Ir ao cinema, conseguir um lugar central nas fileiras do fundo, não ter ninguém atrapalhando sua visão, nenhum celular tocando e o filme ser espetacular, uau!
Cinema é melhor pra saúde do que pipoca!
Conversa é melhor do que piada.
Exercício é melhor do que cirurgia.
Humor é melhor do que rancor.
Amigos são melhores do que gente influente.
Economia é melhor do que dívida.
Pergunta é melhor do que dúvida.
Sonhar é melhor do que nada!
Luís Fernando Veríssimo

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

25.12.09

Uma mulher tem muitas vidas e alguns maridos. A primeira separação é sempre muito triste; aliás, todas são. Costumam ser de três tipos: ou porque não deu – e se sofre muito; ou porque ele a largou por outra – e se sofre muito; ou porque você o largou por outro – e aí também se sofre muito.
A lição que recebi na vida foi: seja independente para nunca precisar financeiramente de marido – nem de ninguém – e para poder dizer não a hora que quiser, a quem quiser. Grande lição, e cumprida à risca.
E você? Passou uns dois anos sem saber se devia ou não se separar. Afinal, não tinha razão grave para tomar essa decisão, mas, de uns tempos para cá, o casamento andava sem graça e estava claro que não era feliz. Sabia que tinha que enfrentar a família, os filhos e o próprio, que ia levar o maior susto. Tinha chegado a hora, e no dia em que ele saiu de casa pensou: “Ufa!” A primeira providência que tomou foi mudar o segredo da fechadura: ex-maridos saem de casa, mas voltam e enfiam a chave na porta (para ver as crianças). Agora é uma mulher livre. Ainda vai enfrentar chantagens e baixarias quando chegar o capítulo separação dos bens, que inclui da tesourinha ao DVD, da cartela de Lexotan aos discos, essas coisas. Ele é capaz de querer dividir até o faqueiro e a louça – afinal, vai ter que montar casa e foi você quem quis se separar. Deixe. Deixe levar o que bem entender para evitar a discussão que ele tanto quer. Deixe pensando na delícia que vai ser morar sem nada e comprar tudo novo aos pouquinhos.
A próxima providência é trocar a cama. A nova deve ser menor, mas não tão pequena que não caibam dois, você e o futuro namorado. Quando o amor é novo, a gente gosta de dormir juntinho. Por isso, 1,20 metro de largura é suficiente. Encoste a nova cama na parede, como se fosse um sofá. Quando seu ex vier buscar as crianças para o fim de semana e subir – eles sobem sempre –, vai achar que uma cama menor significa que você encerrou sua vida sexual; mal sabe ele. Eles saem, e você se vê, depois de anos, inteiramente só. E, por mais que ame os filhos, nada melhor do que às vezes passar um fim de semana sem eles.
O que faz uma mulher nessa hora? Uma vodka, claro. Espichada no sofá da sala, você se lembra de tudo pelo que passou para esse momento chegar e poder tomar quantas vodkas quiser, de calcinha e sutiã, ouvindo um CD. Com ele não podia fazer isso, claro.
(Manual da mulher separada - Danuza Leão)
****
E eu?
De tudo dispensei apenas a Vodka...

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

24.12.09

***
Se eu pudesse dar só uma dica sobre o futuro seria esta: use filtro solar. Os benefícios a longo prazo do uso de filtro solar estão provados e comprovados pela ciência. Já o resto de meus conselhos não tem outra base confiável além de minha própria experiência errante. Mas agora eu vou compartilhar esses conselhos com vocês...
Aproveite bem, o máximo que puder, o poder e a beleza da juventude. Ou então, esquece. Você nunca vai entender mesmo o poder e a beleza da juventude até que tenham se apagado. Mas pode crer, daqui a vinte anos, você vai evocar as suas fotos e perceber de um jeito que você nem desconfia hoje em dia quantas, tantas alternativas se escancaravam à sua frente. E como você realmente estava com "tudo em cima". Você não está gordo, ou gorda.
Não se preocupe com o futuro. Ou então preocupe-se, se quiser, mas saiba que "pré-ocupação" é tão eficaz quanto mascar chiclete para tentar resolver uma equação de álgebra. As encrencas de verdade em sua vida tendem a vir de coisas que nunca passaram pela sua cabeça preocupada, que te pegam no ponto fraco às quatro da tarde de uma terça-feira modorrenta.
Todo dia enfrente pelo menos uma coisa que te meta medo de verdade.
Cante.
Não seja leviano com o coração dos outros, não ature gente de coração leviano.
Use fio dental.
Não perca tempo com inveja. Às vezes, se está por cima; às vezes, por baixo... A peleja é longa e, no fim, é só você contra você mesmo.
Não esqueça os elegios que receber, esqueça as ofensas. Se conseguir isso, me ensine.
Guarde as antigas cartas de amor. Jogue fora os extratos bancários velhos.
Estique-se.
Não se sinta culpado por não saber o que fazer da vida. As pessoas mais interessantes que conheço não sabiam aos 22 o que queriam fazer da vida. Alguns dos quarentões mais interessantes que conheço ainda não sabem.
Tome bastante cálcio. Seja cuidadoso com os joelhos: você vai sentir falta deles.
Talvez você case, talvez não. Talvez tenha filhos, talvez não. Talvez se divorcie aos 40, talvez dance ciranda em suas bodas de diamante. Faça o que fizer, não se auto-congratule demais e nem seja severo demais com você. As suas escolhas têm sempre metade das chances de dar certo. É assim para todo mundo.
Desfrute de seu corpo, use-o de toda maneira que puder mesmo. Não tenha medo de seu corpo ou do que as outras pessoas possam achar dele. É o mais incrível instrumento que você jamais vai possuir.
Dance... Mesmo que não tenha onde, além de seu próprio quarto.
Leia as instruções, mesmo que não vá segui-las depois. Não leia revistas de beleza. Elas só vão fazer você se achar feio.
Dedique-se a conhecer os seus pais. É impossível prever quando eles terão ido embora, de vez. Seja legal com os seus irmãos. Eles são a melhor ponte com o seu passado e, possivelmente, quem vai sempre mesmo te apoiar no futuro.
Entenda que amigos vão e vêm. Mas nunca abra mão de uns poucos e bons. Esforce-se de verdade para diminuir as distâncias geográficas e destinos de vida, porque quanto mais velho você ficar, mais você vai precisar das pessoas que conheceu quando jovem.
More uma vez em Nova Iorque, mas vá embora antes de endurecer. More uma vez no Havaí, mas se mande antes de amolecer. Viaje.
Aceite certas verdades inescapáveis: os preços vão subir, os políticos vão saracotear, você também vai envelhecer. E quando isso acontecer, você vai fantasiar que quando era jovem os preços eram razoáveis, os políticos eram decentes e as crianças respeitavam os mais velhos.
Respeite os mais velhos.
Não espere que ninguém segure a sua barra. Talvez você arrume uma boa aposentadoria privada, talvez case com um bom partido, mas não esqueça que um dos dois pode, de repente, acabar.
Não mexa demais nos cabelos, senão quando você chegar aos 40, vai aparentar 85.
Cuidado com os conselhos que comprar, mas seja paciente com aqueles que os oferecem. Conselho é uma forma de nostalgia. Compartilhar conselhos é um jeito de pescar o passado do lixo, esfregá-lo, repintar as partes feias e reciclar tudo por mais do que vale.
Mas no filtro solar, acredite!
(Nunca deixem de usar filtro solar - Mary Schmich, originalmente entitulada originalmente entitulada “Advice, like youth, probably just wasted on the young” [Conselhos, assim como juventude, provavelmente desperdiçados pelos jovens].
***

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

23.12.09

Há quanto tempo você não chora um choro daqueles bem bons? Alguns anos, e não por falta de razões. Houve uma época em que se ia ao cinema e bastava aparecer uma criança castigada pelo destino e nossos olhos se enchiam de lágrimas. E se chorava também quando o final do filme era feliz, quando era infeliz; e se ia para o banheiro aos prantos quando na festa o homem que a gente achava que amava dançava com outra. Aliás, há quanto tempo você não chora nem por alguma injustiça ou maldade que fizeram com você? Ou vai dizer que a vida só faz te tratar bem?
Aprendemos a “segurar” quando levamos uma rasteira, sofremos a deslealdade de um amigo ou a traição do namorado, fingindo que a vida é assim mesmo, para dar uma de forte. Depois dos 35, não se chora nem quando se quebra a perna. Aprendemos a conter nossas emoções. Como os homens não choram, nós, mulheres, resolvemos nos igualar a eles, ficando tão duras quanto achamos que um homem deve ser – e alguns nem são.
Houve um tempo em que bastava que as mulheres chorassem para conseguir o que queriam – ah, bons tempos aqueles... Hoje, se uma mulher deixar transparecer alguma dor, mesmo que ele esteja fazendo as malas para deixá-la, o mínimo que vai acontecer é ficar falando sozinha. Homens costumam ter pavor a mulheres que se comportam como mulheres, a não ser naquela hora – aquela. Ou você nunca ouviu a frase “Ah, não vai agora dar uma de apaixonada”? Que vida!
O que um homem espera de uma mulher? Que ela seja quase como um homem, que entenda de economia, de política internacional, que se transforme em surfista, tenista ou golfista – segundo as inclinações dele, claro –, que tenha opinião sobre a seleção, seja independente financeiramente, e tão bonita quanto Fanny Ardant, tão feminina quanto Jacqueline Bisset, tão boa mãe quanto foi a dele, mas que na hora certa vire uma louca desvairada de desejo – por ele, claro. Simples, não?
Eles não sabem o que estão perdendo. Se tivessem um pouquinho mais de sabedoria, perceberiam que não há nada melhor do que um bom aconchego durante e depois de uma crise de choro. É preciso que as mulheres às vezes chorem, ou nunca poderão deitar a cabeça num ombro masculino, que é tão bom. Se ninguém mostra suas fraquezas, nenhuma relação pode existir, seja ela de amizade ou de amor – paixão é outra coisa. E as mulheres às vezes precisam de quem as console, só que os homens não sabem, já que elas não choram mais...
(Como era bom chorar - Danuza Leão)

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

21.12.09

E no meio dessa confusão alguém partiu sem se despedir; foi triste. Se houvesse uma despedida talvez fosse mais triste, talvez tenha sido melhor assim, uma separação como às vezes acontece em um baile de carnaval — uma pessoa se perda da outra, procura-a por um instante e "depois adere a qualquer cordão. É melhor para os amantes pensar que a última vez que se encontraram se amaram muito — depois apenas aconteceu que não se encontraram mais. Eles não se despediram, a vida é que os despediu, cada um para seu lado — sem glória nem humilhação.
Creio que será permitido guardar uma leve tristeza, e também uma lembrança boa; que não será proibido confessar que às vezes se tem saudades; nem será odioso dizer que a separação ao mesmo tempo nos traz um inexplicável sentimento de alívio, e de sossego; e um indefinível remorso; e um recôndito despeito.
E que houve momentos perfeitos que passaram, mas não se perderam, porque ficaram em nossa vida; que a lembrança deles nos faz sentir maior a nossa solidão; mas que essa solidão ficou menos infeliz: que importa que uma estrela já esteja morta se ela ainda brilha no fundo de nossa noite e de nosso confuso sonho?
Talvez não mereçamos imaginar que haverá outros verões; se eles vierem, nós os receberemos obedientes como as cigarras e as paineiras — com flores e cantos. O inverno — te lembras — nos maltratou; não havia flores, não havia mar, e fomos sacudidos de um lado para outro como dois bonecos na mão de um titeriteiro inábil.
Ah, talvez valesse a pena dizer que houve um telefonema que não pôde haver; entretanto, é possível que não adiantasse nada. Para que explicações? Esqueçamos as pequenas coisas mortificantes; o silêncio torna tudo menos penoso; lembremos apenas as coisas douradas e digamos apenas a pequena palavra: adeus.
A pequena palavra que se alonga como um canto de cigarra perdido numa tarde de domingo".
"As Rosas Exalam o Perfume de Ti, Sinto-te Sempre ao Respirar. Que seus olhos Jamais Fiquem TRristonhos !!!!!!!
Rubem Braga

domingo, 20 de dezembro de 2009

20.12.09

"Já chegava o final do ano, e as pessoas já traziam nos olhos aquele ar de imenso cansaço de quem vê mais um tempo se fechando na própria vida.
A menina tinha aquela estranha argúcia das crianças, para quem alguns detalhes da vida nunca passam despercebidos.
- Vó?
- Oi!
- Por que as pessoas ficam tristes no Natal?
A Vovó estava tomando se café, e quase engasgou com a pergunta. Essas conversas a gente sabe como começam, mas como vão terminar...
- Por que você esta perguntando isso, meu bem?
- Porque eu vejo, Vovó. No Natal, parece que só tem gente feliz dentro da televisão.
Mal pode conter o riso, da inteligência vivaz daquela menina.
- Sabe, querida, acho que as pessoas confundem um pouco as datas.
- Como assim?
- Algumas pessoas confundem o Natal com o Dia de Finados. Você sabe o que quer dizer o Dia dos Mortos?
Olhou para ela com aquela cara de mais ou menos.
- No dia de Finados, lembramos das pessoas que não estão mais aqui nessa dimensão com a gente. Visitamos, levamos flores e conversamos com essas pessoas que moram em nossos corações, mesmo tendo partido de nosso convívio.
- Você vai visitar o Vovô no dia dos Mortos, não é, Vovó?
- Sim, meu bem, eu vou fazer uma visita para ele em meu coração. Converso, conto as novidades e fico com saudades das conversas que eu tinha no alpendre com seu avô.
- Por que você não vai ao cemitério, como todo mundo?
- Porque eu combinei com seu avô que iria encontrá-lo aqui na varanda, no alpendre, no pomar, nos lugares em que o nosso amor ainda está lá, vibrando, como uma música ...
A menina era curiosa mas não inconveniente. Percebeu que a Vovó estava muito emocionada e não queria vê-la chorar.
A Vovó, como sempre, adivinhou seus pensamentos.
- Pode continuar perguntando as coisas, meu bem... A Vovó se emociona um pouco mas agüenta o tranco...
- Vó?
- Oi!?
- O que tem a ver o Finados com o Natal?
- Algumas pessoas ficam tristes no Natal porque se lembram dos entes queridos que não estão mais ali. Olham para as mesas, as comidas, a árvore de Natal e só conseguem lembrar de festas antigas, onde a casa estava cheia, os filhos eram pequenos e a vida era mais simples. Vai passando o tempo e as pessoas ficam com essa coisa, essa doença de fim de ano que se chama Antigamente-que-o-Natal-era-bom, e ficam suspirando na mesa com saudade de outros tempos, outras épocas. Isso que é um Natal-Finados, meu bem. Um Natal em que as pessoas ficam todas tão preocupadas com as perdas que não notam o encanto das crianças com o Papai Noel, nem a graça de mais uma ver reunir os vivos e aproveitar quem está ali em vez de pensar em quem partiu.
- E por que as pessoas tem saudade no Natal e não no dia de Finados?
- Acho que porque as pessoas acham feio ter um dia para a tristeza, meu amor. Acham que devemos ter datas só para alegria. Mas até o Carnaval tem a Quarta-Feira de Cinzas para a gente ficar triste...
A menina coçou a cabeça, o que era sempre um sinal de que iria desfechar uma daquelas perguntas sem resposta que a Vovó temia.
- Mas, Vó?
- Fala...
- Por que as pessoas tem que ficar felizes no Natal?
Pronto. Inverteu a pergunta, pensou a Vovó.
- Você falou que as pessoas só ficam felizes na televisão.
- Isso.
- Bem, minha querida, tem uma alegria de plástico na televisão. Uma alegria de Loja de Departamentos que não tem nada a ver com o Natal. Isso também deixa as pessoas muito tristes.
- Por que?
- Porque elas olham aquelas pessoas rindo, as famílias numerosas e felizes, as mulheres magras e maravilhosas, os homens lindos e seguros de si, envolta de Papais Noel gordos e sorridentes e pensam: os outros tem um Natal muito melhor do que o meu...
- E para que serve isso, Vovó?
- Para vender coisas, querida. Para as pessoas confundirem o Natal com os presentes, o que também é uma bobagem. Dessa vez foi a Vovó que coçou a cabeça.
- Pituca?
- Oi!
- Sabe, tem gente que nem lembra que o Natal comemora o nascimento de Jesus. Olham para o Presépio e acham que é um enfeite folclórico, com uma criança cercada de vacas e ovelhas. As pessoas perderam o sentido de Natal, meu bem, por isso não sabem mais se ficam alegres ou tristes nessa época. E você sabe qual uma das maiores graças do Natal, meu bem ?.
- Qual?
- Esperar por ele. É uma delícia esperar pela festa.
- Mas...
- O que?
- Eu vou ter que esperar muito?
- Não. O Natal já está bem pertinho..
- Mas...
A Vovó olhou com cara de que não-tem-mas-nem-meio-mas. A menina entendeu. Mas não deixou a velha senhora sem uma última pergunta.
- Vó?
- Oi!
- Quando você morrer, meu Natal vai ficar triste?
A Vovó aconchegou a menina, que já tinha algumas lágrimas querendo sair.
- Você vai ficar feliz, pois o amor que a Vovó sente por você vai estar vibrando, como uma música, envolta da árvore. É lá que eu vou te encontrar, combinado?
- Combinado.
A menina teve uma estranha sensação, como se um rena tivesse passado pela janela.
Devia ser um sonho de Natal.
(Porque as Pessoas Ficam Tristes no Natal - Marco A. Spinelli)

sábado, 19 de dezembro de 2009

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

18.12.09

"A Luz não deve temer a treva, pois quando as duas confrontam é sempre a claridade que faz a escuridão recuar e nunca o contrário."
DeRose

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

16.12.09

KKKK

Sinceramente, nem sei mesmo porque estou escrevendo esse post, mas acho que é uma maneira de desabafar.

Ando tão impaciente, e tão... tão crítica ultimamente que estou mesmo sentindo um vulcão prestes a explodir.

Essa semana fui "tirada para Cristo". E sinto essa incontrolável vontade de gritar e dizer aos homens que nós mulheres somos seres humanos, não comida! Dizer a eles que encarecidamente entendam que quando nós dizemos que não queremos sair, ir para o cinema, ver o por do sol ou seja lá qual seja o programa proposto não estamos fazendo charminho (se outras fazem EU NÃO FAÇO) nós não queremos mesmo. Quando eu digo não é não mesmo... e vai continuar sendo: não, daqui a 5, 10, 30 min. Não há nada mais deselegante do que ficar insistindo num mesmo assunto por mais de 10 min, ainda mais quando se trata de um diálogo a base de: Vá... vamos... você não vai se arrepender. Pelo amor de Deus! Eu uso esse tipo de persuasão com minha filha de 3 anos e se depois de um: tem certeza que não? ela me diz que não, eu respeito a opinião daquele projeto de gente. Eu tenho 29 anos e certeza absoluta do que eu não quero na minha vida!

O motivo da indignação começou dia 14 na fila do banco... Pois, inacreditável né? "N a-f i l a-d o-b a n c o". Cheguei ao banco e fui direto para a fila, tinha uma criatura na minha frente que começou a conversar e como eu procuro ser simpática e a fila não andava – pra variar – a conversa rendeu ao ponto de ser pedida em namoro, casamento ou o que eu quisesse ter, com elogios do tipo: Nossa! Como você é linda, como seu sorriso é bonito, você tem namorado?... O detalhe é que na mão esquerda dele tinha uma bela de uma aliança. Bom, depois de repetir mil vezes não à pergunta se eu tinha certeza que não queria namorar com ele, não me contive e pontuei: além de eu não querer você ainda é casado! Maldita hora que eu fui falar isso!!! Tive que ouvir: Ah mas eu estou me separando, a minha mulher não me quer mais.

PS.: Eu não sabia se eu ria ou se eu chorava

Lembrei imediatamente de um amigo muito querido com o qual geralmente converso e onde em uma de nossas conversas perguntei a ele porque os homens casados escondiam o relacionamento e quando nós mulheres descobríamos eles imediatamente diziam que estavam em crise no casamento. A resposta sincera que ele me deu foi: Loira, todos mentem. Não tem uma explicação para tal façanha, mas é pura mentira. Eles alimentam essa mentira para que a mulher mantenha o caso, namorico ou o que quer que seja, mas o casamento anda muito bem na maioria das vezes.

Ontem recebi a visita de um jovem que há um ano fez uma declaração de amor. E pasme: Ele tinha dúvidas se eu ia lembrar que ele que tinha feito e usou a frase: Às vezes precisamos recuar dois passos para em seguida avançar na caminhada... E ele recebeu novamente um não e continuou incrédulo mesmo depois do 1000º não.

Hoje um outro que há dois anos tenta me convencer a sair com ele foi incisivo e insistente, inconveniente e indelicado. Acabou sobrando para ele.

Somos simpáticas e sorrimos mais para que a vida seja mais bonita, mais leve... Não porque estamos "dando mole". A minha vontade agora era comprar uma passagem aérea para a Índia, amarrar uma pedra no pescoço e me jogar no Ganges. Que Saco! Arf

KKKK

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

15.12.09

xxx
Cores, muitas cores. Colorido, tudo colorido.
Sorrisos que iluminam todos os dias da minha vida.
Ter esses pequenos na minha vida é a prova de que eu precisava mesmo em 2005 casar e ir embora para um lugar distante. Precisei engravidar da Gabriela, mesmo tendo a convicção de que não era a hora. Precisei chegar perto da morte para ter a certeza de que não podia viver sem ela e sem Victor, nem mesmo separá-los.
Hoje, mesmo com todas as dificuldades, mesmo com tudo que foi preciso deixar pra trás, posso bater no peito e dizer com toda força da minha alma que Ana Gabriela e Victor Hugo são os amores da minha vida e que são crianças felizes e sadias.
Peço a todos que me conhecem: JAMAIS os separem.
Eu daria a minha vida para vê-los para sempre de mãos dadas. E lutarei por isso enquanto eu viver...
xxx

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

14.12.09

***

Sou fechar a porta, trocar o disco, limpar a casa, SACUDIR a POEIRA! Cara lavada e SORRISO abreto. Metade seriedade a outra metade descontração. Respirar, andar, observar. Cotidiano... Sou vontade, sou mar, lua cheia. Sou às vezes tímida, as vezes vulcão. Sou dormir cedo, quando a insônia não me atrapalha. Sou acordar tarde. Meninota... Mulher madura. Curiosa! Amar meus filhos, dançar na chuva, trabalhar... Arredia, quero ter sempre mais amor. Sou riso com vontade de chorar e choro com vontade de sorrir! Sou coruja, sou mãe, sou filha, esposa, fotografias (recordações), jeans, meditação. Sou cheiro de xampu no cabelo. Sou dedo enrugado depois do banho, chocolate, simplicidade, beijinho, abraço apertado, sorvete, água... Bastante água. Inquietude, intensidade, banho de banheira. Flores, muitas flores, colorido, tudo colorido, muitas cores... Sou busca, sou encontro, sou camisa com meias, biquíni cortininha, perfume com cheiro de flores, hidratante de canela. Sou fogo. Sou mar. Sou rede. Sou deixar a lágrima cair, aventura, filmes, pipoca, noite, dia. Meia Luz, romance sem relógio. Sou olhar para o céu, sou fechar os olhos. Verdade solta. Angústia. Atitude. Descalça. Sou sandália baixa e também salto fino. Sou caça e caçadora! Sou cheiro de banho de mar quando a água é quente e o céu é azul. Céu estrelado, suco de cajú, comemorar. Admiro os que fazem a minha vida variar. Sou enfrentar meus medos, quieta, espoleta. Sou idéias, pérola, concha do mar. Sou quebra cabeça, sou desenho animado, leite condensado, brilho cor de boca, surpresa, construir... Reconstruir. Sou brincar, programar, sumir, contemplar, querer, sou sussurro, colar caquinhos... Sou colo, furacão, confiante. Sou disposição, potencial. Dançar... Vibrar... Sentir... Sou concentrar-me, elevar pensamentos, aprender.

Sou cafuné sem pressa.

Sou ORQUÍDEA... Eternidade... Difícil aceitar minhas limitações. Sou aflição para superá-las. Sou razão recheada de emoção. Sou da cor da paixão, acredito que não basta existir o amor, é preciso estar sempre apaixonada! Ana, cheia de graça! Cristina, pessoa positiva, otimista, organizada e com grande capacidade de liderança!

Sou tentar até o último momento!

***

domingo, 13 de dezembro de 2009

13.12.09

Do outro lado da rua, mais moreno do que eu lembrava, vinha ele, o garoto mais bonito de alguma festa de meses atrás. Eu estava feia de doer, com uma sapatilha da vovó e o cabelo parecendo um calzone de vento. Quis me enfiar dentro da bolsa mas depois achei que não era nada demais, era o de sempre.

Eu já tinha resolvido comigo, nos poucos e breves dias em que levemente me preocupei com isso, que ele não havia me ligado pelo mesmo motivo que levaram todos os homens que não me ligaram a não me ligar: com tanta mulher no mundo, pra que repetir a mesma? Melhor: com tanta mulher maravilhosa no mundo, pra que repetir a mesma bonitinha?
Ivan, Itan, Ilan, Ivo, Ismar, Igor? Eu não lembrava o nome do rapaz, mas lembrava que começava com “I” porque quando fui até o armário do meu banheiro e vi que não tinha mais camisinha, falei “iiiiiiiiii” e ele apareceu prontamente, achando que se tratava de um chamado íntimo.
“I” me viu e travou. Sua morenice além do que eu lembrava se fez mais branca do que eu jamais poderia imaginar. Nervoso. Começou a estraçalhar com as unhas o saquinho branco que levava na mão esquerda. Eu ia dar coisa de dois beijinhos e um tapinha no omoplata, despretensiosa e de saída, quando percebi que o rapaz, ainda que livre e lindo de doer, tinha acabado de se retesar e atrapalhar todo pelo encontro inesperado com a minha pessoinha mal vestida e pior penteada.
Porque era sábado final da tarde, ia chover, eu estava sozinha de dar medo mas não estava com nenhum, acabei falando. Saiu sem querer ou melhor: querendo mais e além de mim. Porque eu tinha almoçado gostoso com uma amiga engraçadíssima e tinha livros novos me esperando em casa. Porque eu ia dormir tarde, depois de esgotar minha nova luminária de tanto saber coisas boas. Porque, enfim, eu usava meias e grampos e estava completa demais e forte demais pra ter medo de coisa comum a todos, eu acabei perguntando.
Por que você não ligou ,“I”?
Me preparei pro velho e bom ando ocupado, ando estranho, ando esquisito, ando deprê, não ando porque me atropelaram. Mas “I” só olhou para um resto de chiclete estorricado na calçada e suspirou gorda e peludamente.
Porque você disse que eu andava como alguém que esconde que já foi gordo, ria como alguém que precisa ser aceito apesar de ter nascido muito pobre, dava linguadas no ar como um sapo querendo pescar pequenos insights para impressionar mocinhas, espremia os olhos como um míope que não aceita as próprias limitações, estalava os dedos como quem tinha perdido a hora do soco, pegava como um homem que perdia perdão por ser homem, dirigia como um ejaculador precoce, mudava as estações do rádio como um infeliz que tenta até o fim, penteava o cabelo para trás como um estilista histérico, falava devagar como um estudante fritado de tanta maconha, enfiava a mão em você como um inexperiente que odeia a ex namorada, beijava como alguém que queria dormir de tédio assim que conseguisse qualquer coisa, lambia como um peão mal educado e morrendo de calor, gemia como alguém que tenta expulsar algo dos pelos do nariz, dormia como um bebê com tromba de elefante e fazia xixi como um elefante com tromba de bebê.
“I” se foi e me deixou por alguns segundos encarando o mesmo estorricado chiclete velho da calçada. Naquele momento eu aprendi três coisas para o resto da minha vida: eu era bonita, eu era insuportável e eu era uma escritora.
O mais maluco é que fiquei feliz e vitoriosa como se tivesse acabado de ganhar uma aliança de amor eterno, seja lá o que isso quer dizer.
(I.... _Tati Bernardi)

sábado, 12 de dezembro de 2009

12.12.09

Ela se sentou e se cobriu com o lençol. Que hora mais estranha de se ter pudor! Mas não era pudor, era medo, porque naquele dia ela estava nua. Não apenas seu corpo se mostrava inteiro àquele homem que a possuíra, mas sua alma estava despida, tocável, ao alcance de qualquer coração ou mente... Naquele momento de verdade absoluta, ela se via totalmente entregue e teve medo.

O que ele faria se a percebesse assim? Talvez o fim de todo mistério e a certeza da conquista o deixasse tomado de tédio e desejando um outro alguém ainda não desvendado nem conquistado. Ou talvez ele também se despisse para ela! Talvez ele entendesse aquele momento supremo da entrega total, não apenas de dois corpos mas a fusão de dois seres que se completam, quem sabe ele também baixasse a guarda, se tornasse humano, e seria tão bom... Mas a cama já estava fria, a sensação mágica já o tinha abandonado, prova disso era o barulho do chuveiro e a melodia fora de tom que ele cantarolava no banheiro. Ele já estava de volta à sua realidade de “ser sozinho”, apenas ela ainda permanecia sentada, enrolada nos lençóis macios pulsando e pensando entre ser natural ou ser ideal. Mas o que ele espera? Ela se pergunta. Qual seria o próximo olhar ideal, o sorriso esperado que lhe traria mais momentos como aquele: de calor, prazer e dúvidas? O que daria a ele o desejo de ter mais? Mais daquela mulher, que o preenchia em seus desejos e lhe oferecia um quase amor e um abraço quase terno. Olhando pela janela enquanto o sol nasce lá fora ela sorri e admite para si mesma: Ela o ama! Pronto! Está acabado! Ela o ama e talvez isso seja motivo suficiente para que tudo termine ali, de uma vez. E se terminasse também seria bom, ao menos seu sono seria mais leve, sua consciência estaria mais leve e sua vida teria peso e medidas corretas para caber no que chamam por aí de felicidade. Não existem finais felizes para histórias como essas. Afinal, não existem finais para histórias como essas e isso traz uma ferida que sangra sempre, sem remédio, sem paliativo, sem palavras... O barulho do chuveiro acabou. Ela logo vai reencontrar seu algoz e seu amor, e rapidamente ela decide: Continuar fingindo. Fingindo casualidade, falta de compromisso e de amor. Ela se levanta, solta os lençóis deixando a mostra toda sua beleza, e lhe diz sem olhar em seus olhos:

“ Por que não me acordou? Preciso ir! Já estou atrasada...”

(Dualidade - Cláudia Ferreira de Moura)

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

11.12.09

"O fato de não professarmos nenhum credo, não preconizarmos nenhuma terapia, não oferecermos nenhum benefício, torna nossa proposta cultural protegida contra qualquer eventual tendência ao equívoco. Refiro-me ao fato de que, na minha modesta opinião, o ser humano carrega em seu código genético um erro de projeto que o induz criar religiões, seitas, fundamentalismos e fanatismos. Só pode ser erro de projeto. Não me entenda mal. Não estou criticando as religiões. Estou apenas exercendo a observação de uma tendência de toda a Humanidade. Por isso, quando na extinta União Soviética a religião foi proibida, imediatamente substituiu-a o culto a Stalin.
As pessoas são assim, precisam cultuar alguma coisa ou pessoa, mesmo sob os protestos do objeto do seu culto. Assim foi com Buddha que pregou uma anti-religião e, bastou morrer, seus discípulos fizeram da sua filosofia uma religião.
(Yôga a Sério - Mestre DeRose)

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

08.12.09

Se o nosso coração permanecer estreito sofreremos profundamente com todas as dificuldades que encontrarmos na vida - calor, frio, enchentes, bactérias, doenças, velhice, morte, pessoas teimosas, pessoas cruéis. Mas através da prática de Kshanti poderemos abraçar tudo e não teremos de sofrer. Um coração estreito não pode aceitar muito, não pode absorver e abarcar tudo, cada dificuldade que surgir. Mas um coração expansivo e aberto poderá facilmente aceitar tudo e você não terá que sofrer mais. Aperfeiçoar a prática de Kshanti consiste em, continuamente, tornar seu coração cada vez mais amplo, para que você possa aceitar e abraçar tudo. Este é o poder e o milagre do amor!
SwáSthya

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

07.12.09

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Se as coisas são inatingíveis... ora!
não é motivo para não querê-las.
Que tristes os caminhos, se não fora
a mágica presença das estrelas!
(Mário Quintana)
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domingo, 6 de dezembro de 2009

06.12.09

Há pessoas, tantas pessoas, que, ao longo da nossa vida, passam, como passam as paisagens pela janela de um trem. Nada mais são, nada mais querem ser, senão paisagem. Bonita, às vezes; passageira sempre... Mas há outras pessoas que viajam conosco no mesmo comboio, que permanecem ao nosso lado por toda a jornada, compartilhando tudo:as alegrias e também os momentos difíceis. ...

A essas oferto minha amizade, meu coração e minha alma.

[Mestre DeRose]

sábado, 5 de dezembro de 2009

05.12.09

Um Mestre da sabedoria passeava por uma floresta com seu jovem discípulo, quando avistou ao longe um sítio de aparência pobre, e resolveu fazer uma breve visita.
Durante o percurso ele falou ao aprendiz sobre a importância das visitas e das oportunidades de aprendizado que temos, também com as pessoas que mal conhecemos.
Chegando ao sítio constatou a pobreza do lugar, sem acabamento, casa de madeira e os moradores, um casal e três filhos, vestidos com roupas sujas e rasgadas. Aproximou-se do senhor, que parecia ser o pai daquela família, e perguntou: "Neste lugar não há sinais de pontos de comércio, nem de trabalho. Como vocês sobrevivem"?
Calmamente veio a resposta:
"Meu senhor, temos uma vaquinha que nos dá vários litros de leite todos os dias. Uma parte nós vendemos ou trocamos na cidade mais próxima por outros gêneros de alimentos. Com a outra parte fazemos queijo, coalhada, etc., para o nosso consumo... e assim vamos sobrevivendo".
O Mestre agradeceu a informação, contemplou o lugar por uns momentos, despediu-se e foi embora. No meio do caminho, em tom grave, ordenou ao seu fiel discípulo:
"Pegue a vaquinha, leve-a até o precipício e empurre-a lá para baixo".
Em pânico, o jovem ponderou ao Mestre que a vaquinha era o único meio de sobrevivência daquela família. Percebendo o silêncio do Mestre, sentiu-se obrigado a cumprir a ordem. Assim, empurrou a vaquinha morro abaixo, vendo-a morrer.
Essa cena ficou marcada na memória do jovem durante alguns anos. Certo dia, ele decidiu largar tudo o que aprendera e voltar ao mesmo lugar para contar tudo àquela família, pedir perdão e ajudá-los.
Quando se aproximava, avistou um sítio muito bonito todo murado, com árvores floridas, carro na garagem e algumas crianças brincando no jardim. Ficou desesperado imaginando que aquela humilde família tivera que vender o sítio para sobreviver.
Apertou o passo e ao chegar lá foi recebido por um caseiro simpático, a quem perguntou sobre a família que ali morou há alguns anos.
"Continuam morando aqui", respondeu rapidamente o caseiro.
Surpreso, ele entrou correndo na casa e viu que era efetivamente a mesma família que visitara antes com o Mestre. Depois de elogiar o local, dirigiu-se ao senhor que era o dono da vaquinha que havia morrido:
- "Como o senhor conseguiu melhorar este sítio e ficar tão bem de vida"?
A resposta veio com entusiasmo:
- "Tínhamos uma vaquinha que caiu no precipício e morreu. Daí em diante tivemos que aprender a fazer outras coisas e desenvolver habilidades que nem sabíamos que tínhamos".
E completou feliz:
- "Assim, conseguimos conquistar o sucesso que seus olhos vêem agora"!
Moral desta história:
Todos nós temos uma “vaquinha”, que nos dá as coisas básicas para sobreviver, mas que nos obriga a conviver com uma cega rotina.
Identifique a sua “vaquinha”. Depois, aproveite este ano e o inicio do novo milênio para empurrar sua “vaquinha” morro abaixo!!!
(Autor desconhecido)

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

04.12.09

Não quero alguém que morra de amor por mim... Só preciso de alguém que viva por mim, que queira estar junto de mim, me abraçando. Não exijo que esse alguém me ame como eu o amo, quero apenas que me ame, não me importando com que intensidade. Não tenho a pretensão de que todas as pessoas que gosto, gostem de mim... Nem que eu faça a falta que elas me fazem, o importante pra mim é saber que eu, em algum momento, fui insubstituível... E que esse momento será inesquecível.. Só quero que meu sentimento seja valorizado. Quero sempre poder ter um sorriso estampando em meu rosto, mesmo quando a situação não for muito alegre... E que esse meu sorriso consiga transmitir paz para os que estiverem ao meu redor. Quero poder fechar meus olhos e imaginar alguém...e poder ter a absoluta certeza de que esse alguém também pensa em mim quando fecha os olhos, que faço falta quando não estou por perto. Queria ter a certeza de que apesar de minhas renúncias e loucuras, alguém me valoriza pelo que sou, não pelo que tenho... Que me veja como um ser humano completo, que abusa demais dos bons sentimentos que a vida lhe proporciona, que dê valor ao que realmente importa, que é meu sentimento...e não brinque com ele. E que esse alguém me peça para que eu nunca mude, para que eu nunca cresça, para que eu seja sempre eu mesmo. Não quero brigar com o mundo, mas se um dia isso acontecer, quero ter forças suficientes para mostrar a ele que o amor existe... Que ele é superior ao ódio e ao rancor, e que não existe vitória sem humildade e paz. Quero poder acreditar que mesmo se hoje eu fracassar, amanhã será outro dia, e se eu não desistir dos meus sonhos e propósitos, talvez obterei êxito e serei plenamente feliz. Que eu nunca deixe minha esperança ser abalada por palavras pessimistas... Que a esperança nunca me pareça um "não" que a gente teima em maquiá-lo de verde e entendê-lo como "sim". Quero poder ter a liberdade de dizer o que sinto a uma pessoa, de poder dizer a alguém o quanto ele é especial e importante pra mim, sem ter de me preocupar com terceiros... Sem correr o risco de ferir uma ou mais pessoas com esse sentimento. Quero, um dia, poder dizer às pessoas que nada foi em vão... Que o amor existe, que vale a pena se doar às amizades a às pessoas, que a vida é bela sim, e que eu sempre dei o melhor de mim...e que valeu a pena!!!
(Certerzas - Mário Quintana)

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

03.12.09

Todos aqueles que fizeram grandes coisas, fizeram-nas para sair de uma dificuldade, de um beco sem saída". Traduzo isso do francês, frase encontrada num caderno de notas antigo. Mas, quem escreveu isso? Quando? Não importa, é uma verdade de vida, e muitos poderiam te-la escrito.
(Clarice Lispector)

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

02.12.09

Se eu tivesse que dar nome ao texto seria retrato de mim, mas como não é da minha autoria apenas compartilho...
"Eu não vou me apaixonar outra vez. Já cansei desta vida de sofrimento intercalada por momentos inesquecíveis e infindáveis promessas de outono. A estação mais cinza do ano é a única que me entende depois da dor.
Eu não vou me apaixonar de novo, ele não quer. Apesar de sabermos o que queremos, temos medo do futuro, temos medo do desconhecido e ele é inseguro para tentar. Acredita em tudo que falo, concorda com minhas palavras, idéias, projetos. Vive no mesmo mundo que eu, pensa como eu, gosta das mesmas preciosidades que eu e, no entanto, tem dúvidas tanto quanto eu.
Eu não vou me apaixonar de novo, ele é complicado. Mas e daí? Eu também sou... E vivo a ilusão de que posso contornar qualquer situação, que vou mudar o coração dos outros, que vou arrancar sorrisos a todo custo, que mereço um mínimo de confiança e crédito. Ele me dá crédito, ele confia em mim, mas sente que pode me magoar por não corresponder da forma que acha ser a mais correta. E me deixa, de novo, na estaca zero.
Eu não vou me apaixonar de novo, ele é precavido. Sabe que é mais fácil tentar e quebrar a cara do que consertar um estrago no coração de quem ama. Mas quem ama não se importa com os estragos futuros até que eles aconteçam, não acredita que a dor será companheira próxima e sempre vê uma saída para o impossível. Ele tem os pés no chão e me faz sofrer por antecipação, sem me dar a chance nem de quebrar a cara, nem de vislumbrar o futuro, porque já o mostra de maneira bem eloqüente e coerente. Eu não vou me apaixonar de novo, agora é diferente. Ele é mais do que um amigo, é base, é suporte, é auxílio, é apoio. E se isso tudo se perder eu me perco também, perco o rumo, a direção, e vou acabar culpando-o por dar chance ao impossível, quando todo o tempo foi ele quem disse 'não'. Agora eu sou mais racional, tenho medo de sentir dor outra vez. Só que esqueço este medo quando estou ao seu lado, esqueço que pode ser ruim para ambos. Esqueço... e finjo viver bem enquanto a lembrança de que tudo nunca saiu do plano das idéias me assola e devasta o coração, assim como a raiva de nunca ter aberto a boca me consome o estômago.
Eu não vou me apaixonar de novo, então contei para ele. E descrevi o passado, clareei o presente e divaguei sobre o futuro. Amedrontei quem tem medo de ousar, encostei na parede quem nunca se propõe a dar o primeiro passo, quem sabia de tudo desde o princípio, mas tinha medo de errar. Coloquei em pratos rasos e limpos tudo que sujava minha mente, tudo que amargurava meu coração e molhava de lágrimas meu travesseiro. Expliquei como contornar, como não fazia mais o mesmo efeito e entendi porque havia me apaixonado... Ele entende meus motivos, ele sabe como me sinto, ele se sente como eu, mas falta o que, em mim, já sobrou: a chama. E se a minha se apagou ali para acender em outro lugar foi porque ele sempre teve este medo estúpido e sensato de não querer me ver sofrer... E nos entendemos como adultos civilizados que somos. E voltamos às nossas vidas rotineiras... pensando se aquele beijo tivesse acontecido.
Eu não vou me apaixonar de novo... Mas acabei de apaixonar outra vez..."
(Eu não vou me apaixonar - Por Giselle Fleury)

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

01.12.09

"Viver não é esperar a tempestade passar...
...é aprender como dançar na chuva."