sexta-feira, 11 de junho de 2010

11.06.10

- Rearrumando arquivos digitais, eis que encontro um texto que escrevi em março de 2009 e lendo me recordei da experiência vivida e que ele fora  postado em um blog que escrevia antes desse e antes de ter um ataque de piti e excluir a conta... Coisas que não tem explicação. Fiz o que ensinaram certa vez: se tem explicação, ótimo. Se não tem ENGAVETE. O motivo que me fez excluir a outra conta? - malcriação pura eu creio - . Está na gaveta das coisas que não tem explicação (deixei por lá)... -

Casamento

Depois de uma semana mais que louca de tanto trabalho, daquelas semanas que em plena quarta-feira começamos a desejar a chegada da sexta e ter aquela sensação maravilhosa apenas por saber que podemos dormir até mais tarde no dia seguinte. Eu estava assim: Feliz! Pela certeza do dever cumprido ao longo da semana e então resolvi liberar todas as minhas tensões dançando um forrozinho...

Eis que às 07:10h de hoje (SÁBADO) me ligam do trabalho. Eu, com os pés cheios de bolhas pulei da cama, me aprontei rápido e fui atender ao chamado.

PS.: Já era o sono.

Já que é sábado, me lembrei que tem tarefas que passo a semana inteira dizendo que vou executar, mas só me lembro que ainda não as fiz, exatamente no mesmo momento que penso: Merda! Ainda não resolvi isso. E foi isso que senti quando fui tomar banho e lembrei que a torneira do chuveiro estava com problema. Como eu nunca tenho tempo durante a semana e já estava acordada mesmo, resolvi pôr o plano de meses em prática: consertar a torneira do chuveiro.

Lá se vão doze lances de escada, uma boa andada de ida e volta, isso sem falar no olhar questionador do vendedor da loja de materiais de construção, quando cheguei lá com aquele troço na mão e pedi que ele me desse outro novo e uma fita vedante. Tive a nítida impressão que ele deve ter se perguntado, quando viu um anel na minha mão que parece uma aliança: onde será que está o marido dela? E ainda chegou a me perguntar: Foi a "Senhora" mesma quem tirou? E eu, que não conseguia me conter, olhei para ele com aquela cara de paisagem e só consegui dizer "Hum rum". Como se desenroscar um registro da parede fosse mais complexo do que criar filhos.

Ganhei um cartão de visitas, com um nome anotado no verso, seguido da frase: Se a "Senhora" não conseguir, me liga que vou colocar. Voltei para casa indignada, e com uma vontade absurda de trocar logo a torneira e nunca mais ouvir aqueles pingos caindo no chão, nem ter que fechar o registro geral para evitar o desperdício, nem me matar depois do banho para que pingasse o mínimo possível, nem de ser tomada por aquela raiva surreal de só lembrar que precisava comprar outra torneira, quando estava tomando banho...

Ah que sensação maravilhosa trocar a torneira! Só quem já passou pela sensação de impotência de achar que precisa de alguém para trocar, ou quem já foi olhada como eu fui na loja de materiais de construção, entende o que estou sentindo. "PQP" eu fiz! E quem disse que preciso de um marido para trocar a torneira?
O bom da vida está justamente em não precisar de ninguém. A dependência é um fator de desgaste nos relacionamentos.

Definitivamente, na lista de qualidades que espero do meu futuro marido (que eu não estou procurando, quem me conhece sabe), não foi incluída a de saber consertar torneiras.
(Ana Gonçalves - Casamento)

2 comentários:

  1. Eu acho que o seu próximo objeitvo de vida deveria ser: escrever um livro!!
    O q vc acha???
    O mais engracado de tudo: qnd eu leio os seus textos, é como se vc tivesse na minha frente me contando!!!
    uahauhauhauahuahau
    Saudades....

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  2. Eu lembro desta! e adorei lê-la de novo!!! beijos

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