sexta-feira, 9 de outubro de 2009

09.10.09

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Quando a gente conhece uma pessoa, construímos uma imagem dela. Esta imagem tem a ver com o que ela é de verdade, tem a ver com as nossas expectativas e tem muito a ver com o que ela "vende" de si mesma. É pelo resultado disso tudo que nos apaixonamos. Se esta pessoa for bem parecida com a imagem que projetou em nós, desfazer-se deste amor, mais tarde, não será tão penoso. Restará a saudade, talvez uma pequena mágoa, mas nada que resista por muito tempo. No final, sobreviverão as boas lembranças. Mas se esta pessoa "inventou" um personagem e você caiu na arapuca, aí, somado à dor da separação, virá um processo mais lento e sofrido: a de desconstrução daquela pessoa que você achou que era real. Desconstruindo Flávia, desconstruindo Gilson, desconstruindo Marcelo. Milhares de pessoas estão vivendo seus dias aparentemente numa boa, mas por dentro estão desconstruindo ilusões, tudo porque se apaixonaram por uma fraude, não por alguém autêntico. Ok, é natural que, numa aproximação, a gente "venda" mais nossas qualidades que defeitos. Ninguém vai iniciar uma história dizendo: muito prazer, eu sou arrogante, preguiçoso e cleptomaníaco. Nada disso, é a hora de fazer charme. Mas isso é no começo. Uma vez o romance engatado, aí as defesas são postas de lado e a gente mostra quem realmente é, nossas gracinhas e nossas imperfeições. Isso se formos honestos. Os desonestos do amor são aqueles que fabricam idéias e atitudes, até que um dia cansam da brincadeira, deixam cair a máscara e o outro fica ali, atônito. Quem se apaixonou por um falsário, tem que desconstruí-lo para se desapaixonar. É um sufoco. Exige que você reconheça que foi seduzido por uma fantasia, que você é capaz de se deixar confundir, que o seu desejo de amar é mais forte do que sua astúcia. Significa encarar que alguém por quem você dedicou um sentimento nobre e verdadeiro não chegou a existir, tudo não passou de uma representação – e olha, talvez até não tenha sido por mal, pode ser que esta pessoa nem conheça a si mesma, por isso ela se inventa. A gente resiste muito a aceitar que alguém que amamos não é, e nem nunca foi, especial. Que sorte quando a gente sabe com quem está lidando: mesmo que venha a desamá-lo um dia, tudo o que foi construído se manterá de pé.
(Descontruções - Martha Medeiros)
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Recebi hoje pela manhã essa preciosidade por e-mail. Pude perceber que eu sei exatamente quem eu sou, muitas vezes inclusive desperto antipatias pela primeira impressão, mas não costumo fazer média com ninguém, isso pelo que aprendi ao longo dos meus 29 anos quer dizer ser verdadeiro, ser honesto... Na roda da vida vou conhecendo pessoas, reconhecendo afinidades, rompendo antipatias, conquistando pessoas, amando e sendo simplesmente feliz. Ouvi de um grande amigo que morará no meu coração para todo o sempre, que ele acredita no velho jargão: "Bonzinho só se fode", que vem como uma bola de neve e traz o de "olho por olho, dente por dente". Eu sinceramente não acredito nessa teoria, acho que a beleza da vida está em sempre, sob qualquer hipótese se colocar no lugar do outro. As pessoas precisam aprender que o que dói em nós, fatalmente doerá também no outro. Todos precisam aprender não é porque sofremos que precisamos necessariamente fazer o outro sofrer. Quando agimos de uma maneira que magoa o outro, pedir desculpas não é e nem nunca será piegas. Não me arrependo em nenhum momento pelo zelo, carinho, amor e tempo utilizado no propósito de fortalecer as relações e definitivamente não posso escolher por ninguém além de mim mesma. Sendo assim carinhosa, amorosa e cuidadosa eu estou certa e vou continuar sendo assim. Não recai sobre os meus ombros nenhuma dor na cconsciência por algo que não foi dito ou sentido, nem fico com a sensação de que podia ter feito com mais dedicação e eu não fiz. Deito a minha cabeça no travesseiro e durmo em paz, sabendo que se algo não deu certo não foi por displicência minha, sei que fiz tudo ao meu alcance. Considerando uma moeda estou de um lado dela e do outro lado da moeda, fica alguém que em algum momento da vida nem que seja em seu leito de morte se questionará sobre o tamanho da sua negligência, mas o tempo não volta para que realizemos reparos. Nos dias 10,11 e 12 não estarei com acesso à internet, mas prometo escrever coisas novas assim que estiver de volta.
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